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29.9.03
existia um mundo
um mundo a parte
esse mundo virou uma casa
um albergue gostoso e aconchegante
só que o mundo começou a perder seu aspecto fundamental
aí...
o mundo e a casa se separaram.
agora existe um mundo. e uma casa.
Muito melhor. 2 é sempre melhor que 1.
Mundo da Lua e Casa da Mãe Joana:
juntos mais separados. separado mas juntos.
pi
as 13:58 []
O filho que eu quero ter
vai aprender a escovar os dentes cedo, e fazer isso sem que eu peça toda noite;
vai ser pentelho. eu vou me irritar milhões de vezes com as maluquices que ele vai fazer, mas depois vou rir;
aos 3 anos vai fazer uma pergunta que eu não vou saber responder;
vai ouvir "para gente miúda";
não vai crescer nunca (obs: não é nanismo);
vai dizer obrigado, por favor e licença;
o primeiro livro que vai ler será "O pequeno princípe";
provavelmente vai usar óculos, coitado;
vai ser canhoto, acho lindo! risos;
ele não vai gostar de desenhos japoneses, aqueles dozóião;
vai cantar pra todo mundo;
vai adorar comer frutas e verduras e chocolate;
vai ter uma foto por dia;
vai gostar de estudar, mas não vai ser um nerd;
vai andar de bicicleta, se é que daqui pra lá essas coisas ainda existam;
pontanto, vai ter o joelho todo ralado;
vai ser o mais lindo de todos;
acho que tô com preconceito com meninas. Vou ter que escrever depois "a filha que eu quero ter";
vou levar pro teatro sempre que tiver uma peça infantil;
vou brincar com os brinquedos dele;
cansei. As outras coisas eu decido quando tiver um.
obs: aquela pessoa sem noção.
pi
as 12:10 []
28.9.03
Borboleta é artigo em falta.
e Genéricas não andam fazendo efeito.
pi
as 21:41 []
27.9.03
Mudanças acontecerão novamente por aqui.
Aguardem.
pi
as 19:26 []
Boicote ao Caminho de Casa ou peripécias de uma sexta a noite.
Ontem a noite, pessoas sem mais o que fazer na vida, a não ser conversar fiado, beber e comer, resolvem migrar pra algum lugar onde se possa fazer isso de forma agradável.
Um barzinho perto de casa oferecia boas condições e uma boa farofa de charque, com pirê de abóbora, apesar do atendimento ser bem marromeno. Passaram as horas, vamos embora? Pagar a conta....divide tudo, alguns resolveram pagar com cartão, QUE DIZIA NO CARDÁPIO que era aceito. Volta o garçom dizendo que não aceitava.
Aí começava a batalha. Chama gerente, conversa, discute, não se chega a lugar algum. Eles estavam errados e não admitiam que ofereciam uma coisa que não cumpriam. Com os ânimos alterados, fomos embora com uma parte da conta sem pagar, porque não nos ofereceram condição para isso, apesar de que se a educação fosse pré-requisito para se ser gerente, as condições seriam criadas por nós.
Ai, vamos rir agora, sim. O garçom nos seguiu, fechou o estacionamento, provocou um engarrafamento, chamou polícia. Tudo por causa de 5 reais e falta de educação. Um policial filho da mãe me irritou profundamente, e me deixou com muito ódio, coisa que não me é muito comum...Um abuso de autoridade sem fim.
No fim das contas, cedemos, que a essa hora já era birra, apesar deles estarem errados.
Bem, O "Caminho de casa" perdeu pelo menos 6 clientes. Queria que perdessem mais.
pi
as 19:23 []
25.9.03
isso vive na minha cabeça.
sempre.
A GRANDE SURPRESA
Mas que susto não irão levar essas velhas carolas se Deus existe mesmo...
( Mário Quintana )
pi
as 23:54 []
essa foto me lembra A viagem de Chihiro
pi
as 19:41 []
hoje me senti meio Pi... conheci uma parte de ssa que nunca havia visto... se é que é Salvador...
Tava no DETRAN (eca)... dai sai e fui pegar meu ônibus pro C. Grande. Fui andando até a rodoviária... na plaqueta tinha escrito: "Campo Grande, Comércio...." bom peguei de boa fé. Mas do nada ele vira num lugar que eu nunca fui.... de um lado era mato, do outro era favela... "pra onde diabos eu estou indo?". Fui parar num terminal, perto de Valéria (foi o que eu pensei)... muito no meio do nada. Sai do ônibus meio tonto... passou um Lapa... e voltei para civilização.
pi
as 19:38 []
coisas bonitas de hoje
A viagem de Chihiro. Linguística. João. Amarelo Manga. Flores murchas debaixo de árvores. Cheiros de mato. Um Jojo. Oxente, Cordel de novo? Uma saudade da vontade. Um avô. Uma argentina. Um africano. O sorriso ( quase todo, quase de todas ) de certas mulheres. Corpo de mulher. Cores de peles. A segunda música do Falange Canibal. Van Gogh. As luzes de meio de tarde. Que eu me lembre, poema nenhum.
coisa feia
ler sobre cinema de hollywood
pi
as 17:54 []
24.9.03
dona Mara
Tenho uma velha que masca charuto, acomoda um copo de cerveja amarela na geladeira e durante o dia abre e fecha porta. Tenho uma velha de bicos de seio cores de rosa e de filha morena. ( tinha que ser assim ) . Tenho uma velha de sexo escondido e boca solta que xinga tudo. Tenho uma velha crente, crente demais em sua religião, não acredita que viu o que viu, por que ora o que ora. Tenho uma velha, anda esquecida de tudo e lacrimeja as horas. Tenho uma velha que diz eu te amo, começou depois de velha. Tenho uma velha que come em prato pequeno, e diz tá viva por pimenta. Tenho uma velha, escondida, de mãos bonitas e pernas macias. Tenho uma velha, faz carinho pequeno em meu pé, é séria e nunca estudou. É criança, tenho uma velha criança, entre nossas conversas desajeitadas o riso e as coisas bonitas de saborear palavrão. Adoro a velha que tenho.
pi
as 22:43 []
em outras vezes voltar a me ser é caminhar como quem tem flores amarelas.
pi
as 22:25 []
Ás vezes voltar a me ser é voltar a ter um pouco menos de saúde, e um pouco mais de barulhos. Ás vezes voltar a me ser me lembra cena do filme de Frida: frente ao espelho cortando os cabelos, as paredes da casa sangrando, gritando pra alguém. Sentada sem bar, uma garrafa na mão.
Quando não vem nada disso, quando não volto nem pra isso, eu lembro dele gritando:
" Quando você deixa a sua máquina de escrever, os ratos surgem aos borbotões ".
( do mesmo do buraco maravilhoso, Charles Bukowski. )
Que antes as coisas são sujas, mas são minhas sujeiras, sem ratos borboletas.
pi
as 22:20 []
pi
as 16:02 []
"... por que não há nada, não há nada que se compare ao buraco maravilhoso"
pi
as 15:15 []
23.9.03
"Não escolhi ser um homem comum.
É meu direito ser diferente, ser singular, incomum, desenvolver os talentos que Deus me deu.
Não desejo ser um cidadão pacato e modesto, dependendo sempre de alguém.
Quero correr o risco calculado, sonhar e construir, falhar e suceder.
Recuso trocar incentivo por doação.
Prefiro as intemperanças à vida garantida.
Não troco minha dignidadepor ajuda de outros.
Não me acovardo nem me curvo ante ameaças.
Minha herança é ficar ereto, altivo e sem medo.
Pensar e agir por conta própria e, aproveitando os benefícios de minha criatividade, encarar arrojadamente o mundo e dizer:
Isto é o que eu sou"
(Bertout Brecht)
pi
as 22:19 []
"Não duvides
o amor é feito de sustos"
damário dacruz
pi
as 20:53 []
Que zona é essa nos comentários?
Alguém me pediu pra fazer propaganda do ibest??
han? han?
pi
as 07:39 []
22.9.03
O surubadigital.blogger.com.br não funciona mais.... que triste. Que triste....
pi
as 19:54 []
Sonhei outra noite com ets invadindo a cidade. O et chefe se torna o ditador e matava que não gostasse.
pi
as 19:11 []
Acabou a temporada de "Oxente, Cordel de Novo?". Agora estou mas liberado no tempo.
pi
as 19:09 []
Sem força para postar...
pi
as 19:07 []
Dia loucamente cansativo ontem. Primeiro que meus avós estão aqui em casa, isso já provoca um leve aumento na circulação de pessoas, além de um primo, que já tem cadeira cativa (isso foi uma homenagem a Mara) por acá. Minha mãe resolve fazer um almoço! O que significa tio(a)s com seus respectivos e filhos, além dos agregados.
O que mais? O que mais? Vamos começar a gravar o filme?? Primeira cena: Casa de Pi. Domingo! 5 integrantes + 2 "atores" (sendo que 1 deles era uma criança tranloucada.) E no fim de tudo ainda tive que prometer levar a menina no shoping pra lanchar.
Uma zona. Um bom preenchimento pra um domingo.
Ahhh, só pra não esquecer: Amanhã acontece um evento no planeta chamado equinócio. O dia é do mesmo tamanho da noite, acho que é isso. E por acaso marca a entrada da Primavera, até que fim.
pi
as 10:06 []
" ... se todo mundo sambasse seria tão fácil viver"
pi
as 07:27 []
18.9.03
Toda vez que eu diminuo a fonte do post, eu lembro de Suely, uma professora de artes que tive no colégio. Uma gorda, linda. Lembro dela olhando meu desenho, contente, eu desenhava grande. Traços largos. Sem medo. Toda vez que eu diminuo essa fonte dos posts penso que falo baixo e que tenho medo. Quais coisas eu faço em traços largos e tinta gauche?* Eu não sei, quando eu desenhava, eu não sabia que podia me riscar corajosa.
* essa pergunta me lembra os rodapés dessas agendas da Tribo
pi
as 23:21 []
Entre o Le Cirque e o posto, uma árvore é linda em pé. Árvore de Primavera, gosto dela pelo caminho.
pi
as 23:15 []
"Eu não sou como o meu semelhante
Eu não quero entender
Não preciso entender sua mente
Sou somente uma alma em tentação
Em rota de colisão
Deslocada, estranha e aqui presente"
pi
as 22:19 []
explicando
ser este superficial é ser tocador de superfícies. quantas superfícies debaixo da pele? ser profundamente superficial, tocar a superfície da pele como quem quisesse descobrir coisas debaixo dela. é ser este sensível: tocar o outro em seu lugar mais tátil, e realizar qualquer coisa que não se toca, mas que por carência, se acaricia. não é de tal modo profundo que não se tenha mais o outro. não é de modo algum superficial, que nunca o tenha tido.
pi
as 22:11 []
Indiano
Mais um... Eu sou chato... mas esse é bom... lindo... Índia... quero ir pra lá
pi
as 21:04 []
Essa é Ingrid (Fifó). Fiz esse desenho e vi ela.
pi
as 20:09 []
Noite de verão
Este não sou eu
Meus lábios nos teus lábios não são meus
O meu olho no seu olho no meu olho no seu
Duvida do que vê
Deve ser um rei
Deve ser um deus
O homem que possui você
Não pode ser eu
Você fala meu nome, quem sou eu
Você fala me homem, meu homem, sim, mas qual
Eu nunca fui ninguém
Deve ser demais
Deve ser o tal
O homem que lhe faz tão bem
Sonho de mulher
Em noite de verão
Por que é que você veio me perder
Quer se divertir
Fingindo me adorar
Ou finge me enganar
Me amando pra valer
Beije-me um outro beijo uma outra vez
Que importa se esses beijos não são meu
Que eu só tenha essa noite de favor
Nos braços de uma atriz
Este não seu eu
Este é um impostor
Que pobre de amor se diz
Deve ser um rei
Deve ser um deus
Como deve ser feliz
(Edu Lobo / Chico Buarque - Cambaio)
pi
as 19:40 []
para todos
" você que é do prazer...
abra os seus olhos pra ver
o lado iluminado do país "
pi
as 15:09 []
17.9.03
"Parece que foi ontem, eu fiz
Aquele chá de Habu
Pra te curar da tosse e do chulé"
pi
as 20:51 []
Surrealista
Para vc dou tudo. O meu apreço vai de encontro com sua cara de paz verde. Varei-la as palavras insistentes para sorrir basta estar de bem, ser bem, para chorar basta chihiro, basta a beleza do mundo que toque o coração e a alma. Nada de tristeza, vida aquela que deu vida, tão linda. De duas vidas surge uma, e depois essas vidas morrem. A morte é o gozo da vida. Quer mais uma? Uma rapidinha? Quero que vc goze. Ver sua cara de gozo. De-me sua mão sua boceta. Vai que eu te vejo daqui. Não vá pro fundo fique no raso se cuide eu estou aqui não tenha medo me acompanhe eu te amo me da a mão pra eu cortar sua unha. Sabe de uma coisa? Eu te amo. Te amo. Sou canseriano. Sou eu. Sou família, sou. Não sei o que sou. Sou eu. Isso nem sei direito. Buzine. Não buzine. A cidade é maravilhosa mas eu adoro o campo verde arvore o campo. Pelo amor de eu. Mim. Eu. vcvcvcvcvcvcvcvc quero vc . Eu quero, eu quero, eu quero. Tocar me faz tão bem. Quero tocar bem. Tomara. Tomara tantas coisas... Besteira.
pi
as 20:01 []
16.9.03
de livraria
Entrei sem querer numa livraria. Achei um livro que das vezes em que ia decidida em encontrar, não encontrava. Fiquei um pouco bêbada e feliz ali dentro e comprei um outro livro pelo título: " Viver para contar ". Não me aguentei em convulsão de piadas internas ( as que tenho com João e Pimenta ), ri todos os livros em minha frente e comprei. Mas tá, em cima do título vinha nome: Gabriel Garcia Márquez. No caixa, baixinho, eu ouço um homem perguntar: " Quem é Ingrid?... " , pergunta que eu também me fiz enquanto a mulher do caixa respondia " Ingrid? Ingrid é a gerente ". Afirmei que sim com a cabeça e um sorriso.
pi
as 21:02 []
Iansã
Dessa vez é de uma conhecida minha, Iansã. São gravuras e desenhos dela. Eu gosto muito.
pi
as 13:17 []
15.9.03
A vida vai, só vai. Nós ocultos na sombra de um teto, um abrigo, uma caixa de sapato, dançamos olhares e cheiros. Você por todo meu corpo roça, um roçar de pele macia e só ela. O que basta. Apenas nosso amor se vê pela janela, mas o amor é uma criança para nós, quem está dentro.
O concreto do seu beijo, sua pele. Transcender o real. Você é metafísica. Como consegue me tocar estando tão longe. Você não é um pote. Você é ar. Seu ar. Você toda café e cerveja, que adora as flores. Você é uma droga.
pi
as 18:31 []
Tem gente alegre, que mesmo que aconteça coisa ruim, sorri. Não de boba, não pq não sabe chorar, mas porque acredita que aquilo ali vai passar rápido, principalmente se ela continuar sorrindo e trabalhando pra isso.
Tem gente triste, que por algum motivo especial, se derrama em lágrimas, ou em caras de chateação. As vezes passa, as vezes não. As vezes se sentem felizes assim. Dá bons sambas.
Tem gente que trabalha. Que não vive sem produzir algo, seja o que for. Não consegue ficar em casa de pernas pro ar. Já tem outras que só sabem fazer isso. Que seriam pagas pra dormir. Esperimentar colchão. Aí já se confundem com as preguiçosas também.
Tem gente que se aproveita dos outros, os outros nesse caso são pessoas ingênuas. "O mundo é dos espertos".
Tem gente apaixonada. Essas pessoas se enquadram também nas alegres e motivadas. Elas fazem as coisas com muita vontade, e acham as coisas mais chatas, ótimas, caso essa coisa seja o objeto da sua paixão.
Tem gente festeira, que passa todo seu tempo pensando em festa. Estuda pra ir pra festa, come pra ir pra festa, trabalha, dorme pra isso. Na festa ela se enquadra em "gente feliz". Pode ser também um apaixonado por festa, por que não?
Tem gente pobre. Pobre de dinheiro. Esse tipo vive apertado, fazendo mais o que não quer do que o que quer. E tem gente rica. Os ricos fazem mais coisas que gostam, mas nem por isso são mais ou menos felizes. Mas caso fiquem pobres, sofrem muito.
Tem gente que gosta de ver TV. Tem gente que não abre porta, nem atende telefone. Tem gente que rasga dinheiro. Tem gente que gosta de estudar. Tem gente que adora maçã. Tem gente que não gosta de gente. Tem gente que pode ser tudo isso junto, tem gente que pode ser completamente diferente.
Eu amo gente, andei conhecendo uns tipos que nunca tinha visto por causa do meu trabáio. Só que eu agora me transformei em gente cansada. Cansada de um monte de coisa, e no caso específico de trabalho braçal.
Por tanto repito, mais uma vez, por mais outro motivo: DESISTO!
pi
as 16:19 []
12.9.03
Quatro paredes me rodeiam
E eu no meio
Quatro paredes de concreto
E eu sentado num banquinho
Quatro paredes caindo de infiltração
E eu a chuva
Quatro paredes sem saídas
E eu as portas e as janelas
Quatro paredes me cercam
E eu me cerco de mim mesmo
pi
as 14:40 []
I´m black
Chronic
Black'n white
Shadowplay
Noir
Ando encontrando bons fotologs
PIIIIIIIIII não sei botar foto aqui nesse negoço!
pi
as 14:21 []
11.9.03
Evgen Bavcar
se acheguem ...
aqui.
" Eu sou um fotógrafo na temperatura zero. Vamos dizer que eu sou mais um iconográfo do que um fotógrafo. Eu conheci pessoas cegas que também fotografam mas não tão conscientes de si como eu . Alguns ainda o fazem com a esperança de voltarem a enxergar.
Eu fotografo o que eu imagino, pode-se dizer que eu sou um pouco como Dom Quixote. As originais estão dentro de minha cabeça. É uma maneira de criar imagens mentais, a gravação física que melhor represente o trabalho do que é imaginado. "
**
Pi, não sei colocar fotos no blog.
pi
as 23:22 []
setembro
Tá rolando uma onda aí... mais uma vez...
Jornada Internacional de Cinema.
***
Vi o curta Hermeto, o campeão.
Hermeto Pascoal compondo na frente dum lago e tocando com sapos.
Tem uma cena... ele escrevendo música... ele começa a tocar o que escreveu, ele acrescenta algo e diz cantando " vou botar isso que ficou boniiiitoooo... " e escreve... Muito bom. " A música verdadeira se faz na imaginação ".
Fotografar música. Como se faz?
Quero, baixinho, fotografar as mãos de um rapaz.
pi
as 22:37 []
pi
as 19:17 []
Errei
pi
as 18:23 []
Se tropeçar os meu pés cansados
Nos mares de ti
Cuidar de mim cuidar de ti
As fases e frases
Desfazem nos jeans
Porque é só você que sabe
Aonde surfir
O mais bonito do magnifico
Se teu sorriso escupe
Solidão
A vida nos fez
Apesar de ter
Solidão
Solidão
A vida nos vez
Apesar de ter
Solidão
Não sei pisar no breque
Tomo charrete
Pros lares rubis
Pensando nisso
Pensando em ti
Senti felicidade sem fim
Se for passar preciso sarar
É quase inúil
Ficar de ir
Ficar de vir
Ficar feliz isso sim
Solidão
A vida nos fez
Apesar de ter
Solidão
Solidão
A vida nos vez
Apesar de ter
Solidão
Me abraça bem
Já me sinto bem
Vim chorar
Como guitarra grunge
Como escaramouche
Amor talhador
(Carlinhos Brown)
Adoro muito certas coisas dele
pi
as 18:01 []
10.9.03
" ah, foi a saudade que me trouxe pelos braços..."
de Recife, eu guardo música, música, música. Guardo três pessoas estranhas dividindo um quarto. Guardo macaxeira. Guardo pontes. Guardo muita alegria, muita risada. Guardo Baripousada, cerveja, e outras duas pessoas estranhas que vinham sempre de Olinda.
de Bom Jesus dos Pobres, guardo o mundo da pedra, descafé, águas e assalto. Guardo uma rádio insistente e a música que diz...
me lembrem, eu sempre esqueço.
pi
as 23:35 []
de lugares
de Berimbau, que deve ter sido minha primeira viagem, não guardo nada, por que vivo tudo.
de Guarajuba também não guardo uma imagem, mas é certo o verso do poeta " Guarajuba não faz sentido se você não componhe a paisagem ". Seja lá que você for.
da Ilha de Itaparica, guardo a lua vermelha na rede e uma mulher me chamando Lôra.
de Cachoeira guardo cores, a festa da Boa Morte, a banda Para o ano sai mió. Meu tio Damário e o Pouso da Palavra.
da Noruega guardo uma fotografia: muitas árvores desfocalizadas, num lugar alto, alto e uma casa de madeira sozinha
de Londres eu guardo uma praça de madrugada cheia de gente desesperada de pijama, guardo a escada do hotel e vizinhos japoneses que não entendiam o nosso inglês. guardo um punk também, só um. jardins também.
de Maceió guardo areias, alegrias e um bêbado que se atirou no mar perto de uma hélice de lancha. Guardo uma orla luminosa.
de Fortaleza guardo meu pai e minhas pernas finas. Guardo areias coloridas.
da Alemanha guardo um pé nela e um pé na Dinamarca.
da Suécia eu guardo uma ponte com flores.
do Rio eu guardo um jogo de copa do mundo no aeroporto e mais nada.
de Sampa, eu guardo só o Tietê, passei nela um dia só.
de Aracajú eu guardo amor de primo e areias distantes do mar.
de Lençóis, eu guardo uma recuperação de Matemática e Física. Guardo saudades de conhecer.
do Chile eu guardo ruas longas, uma prima que se fez bonita, o filme argentino Sola, cachorro-quente com abacate, vinhedas e Pablo Neruda. Além de uma briga na Cordilheira dos Andes, com um instrutor de ski.
de Portugal eu guardo vinho verde, um show de Caetano que corri pra ver, um homem que me achou com cara de prostituta ( sim, eu ) , a copa européia, muitos esquecimentos, e livros e músicas e revistas brasileiras. Guardo Drummond e as cidades Fuzeta e Olhão. Guardo um amor bem no comecinho.
do Arizona eu guardo cactos.
de São Francisco, eu guardo gays, muitos gays, ladeiras, bondes, uma espécie outra de carangueijo e um fundo de mar que vi com medo. São Francisco é o único lugar que se fez bonito pra mim nos Eua.
do Grand Canyon, eu guardo paciência e uma moeda.
de Las Vegas eu guardo tudo que a cidade faz ver: luzes, tédio, cassinos, luzes, barulho ruim, muitos móteis, lojas de se casar, lojas de se separar. Luzes, tédio, cassinos.
de Hollywood, eu guardo meus resmungos atrás de um carro,
até xingamentos e sustos que Berverly Hills me trouxe.
da Cidade do Quebéc eu guardo uma espécie de Carnaval e muitas alegrias e neves e amor no meio.
de Halifax (Canadá ) eu guardo a cidade que mais me doeu. Visita a um mesmo porto durante duas semanas, teatro na rua, um pouco de sol, um pouco de vento, tristeza, vontades de ser alegre, guardo vontade de comer, guardo frases tristes e desespero correndo a rua. Um menino encontrando caminho pra uma praia escondida e uma menina gritando: desça daí, desça, tá vendo que não pode?! Até a menina entender que era por ali e se fazer deslumbrar com a floresta na frente da praia, até a praia. Guardo crianças, gaivotas e xixi dentro do mato. Guardo planos de chegada, guardo planos de saída. Guardo lojas de música, guardo lojas de fotografia, guardo uma biblioteca pública. Guardo passar todos os dias por um cemitério. Guardo patos e minhas mãos vazias de pão. Guardo Tom Zé irritando num quarto, guardo banheiro dividido, guardo vizinhas e croissants. Guardo frio, uma outra praia escondida e descoberta, e amor na morte.
da Dinamarca, de Montréal e de Salvador não guardo nada. Pois estou por lá sempre, entre as imagens, todos os dias.
da Índia, da China, da Itália e de Cuba guardo a minha vontade de chegar.
pi
as 23:28 []
astrais
Se essa parte do blog fosse de um modo Mariana Neri, ela já teria dito: que ódio! que ódio! Como nascer de Sol em Áries e ter o ascendente em Câncer?! E minha vida ia ser culpa desse inferno. Mas eu não conheço ariana que possa reclamar disto. E acabo apaixonada nesse encontro de fogo e água.
***
Marte parece um broche no céu. Pregado. Tá lindo. Planeta vermelho que parece que me rege, não entendo muito as influências dele estes dias, não entendo não. E é só um ponto, como disseram, mas é lindo.
pi
as 21:10 []
CÂNCER
Eterna criança, o nativo de Câncer encara o sexo como uma deliciosa festa, divertida e educativa. Regido pela Lua, odeia a grosseria, que fere sua imensa sensibilidade e corta o seu barato. A entrega pode ser total, desde que o sexo seja feito com muito carinho, salpicado de juras de amor eterno, longo e gostoso nas preliminares.
Aliás, o canceriano dificilmente consegue separar o ato sexual do envolvimento afetivo. É como se não tivesse graça; sente-se usado e no dia seguinte sobra um gosto amargo na boca.
ATRAÇÃO FATAL: pelo nativos de Capricórnio, que sabem captar a insegurança e suprir as carências de câncer no ritmo adequado.
CONTATOS QUENTES: com o compasso de Touro, Virgem e Peixes, com quem pode ir estabalecendo pouco a pouco relações íntimas e profundas.
PASSE LONGE: de Gêmeos, Libra e Aquário. Com eles, o canceriano não sente firmeza e a ilusão se dissipa com um contato mais próximo. Mas problemas mesmo vai ter se cair de amores por Áries, Sagitário ou especialmente Leão. O pique desses signos e a pressa com que querem chegar ao pote desaconselham qualquer pretensão.
Sou eu.... Bobo....
pi
as 20:16 []
Chegou um cara pra mim hoje, que de longe senti sua péssima energia. Me contaminou. Fiquei até em casa com as pernas bambas, de adrenalina, ele queria um trocado pra comprar o remédio da filha. Cara mais baixo astral... Mas deixa lá, tô bem aqui.
pi
as 19:32 []
Noite de lua cheia é bom passar na cama sentindo o cheiro e a pele daquela que amo.
pi
as 19:30 []
Ai... que alegria.
pi
as 06:38 []
" Nunca como hoje tive o sentimento tão forte de ser alguém sem dimensões secretas, limitado a meu corpo, aos pensamentos superficiais que sobem dele como bolhas. Construo minhas lembranças com meu presente. Sou repelido para o presente, abandonado nele. Tento em vão ir ter com o passado: não posso fugir de mim mesmo. "
( Sartre, em A náusea )
pi
as 02:04 []
9.9.03
Fotos legais... boas ideias... lembrei de Amelie
pi
as 20:42 []
Fotos lindas de uma mulher linda
pi
as 20:15 []
Eles mijam na gente e os jornais dizem: "Choveu"
(dominio público)
pi
as 19:47 []
A parte que eu mais sinto agora é mnha boca. Se penso numa parte, essa é a minha boca. Não sei por que. Talvez queira gritar bem alto, como o pulo do grilo, mas não, Se não sentiria minha garganta e meu torax também. Só sinto minha boca e um aperto no peito. Quero falar não sei o que. Quero soltar o preso, quem é ele? Qual a palavra que nunca foi dita?
(eu)
"Maldita! A palavra mal dita, que não saida da boca, que fica entre pés e cachinhos. Ai boca, setivesse alguma palavra guardaria toda ela louca, tomada pelo desesparo, na boca. Estupefada de maus hábitos, maus hábitos, palavras para dizer como só palavras são bocas. Silêncios que saem da boca e gritam mal ditas. Malditas! Ai bocas, no seu soluço louco por uma outra louca! Muito cuidado com as palavras. A palavra perigosa é perigosa? São todas tolas, perto de bocas. São todas roucas, as bocas caladas. As bocas e as palavras caminham taradas. Bocas bo-bocas."
(Lívia Mattos)
pi
as 19:46 []
[Ei! de Costa]
Hoje é aniversário de Heide Costa!
Mocinha danada. Parabéns dona.
Felicidades e juízo.
pi
as 17:09 []
''Hoje quis doer simples e não consegui. Está meio díficil doer assim, sempre muitas elucubrações, muitos acessórios, firulas. Doer não pode mais sair de casa de bermuda e cabelo despentado. Sempre há músicas e poemas, e frases e metáforas. Sempre há recheios e coberturas de vários sabores para engolir a dor. Não tenho nada contra, apenas queria doer simples hoje.
Quando você decide comer uma dor pão-com-manteiga na chapa vem uma música do Chico Buarque e troca o prato, lhe traz uma porção de suspíros. Não há nada mais absurdo que suspiros. São brancos. E doces. E se chamam suspiros. Hoje, na padaria, um suspiro me compreendeu. Mas mesmo assim eu o comi. ''
Dele.
pi
as 02:46 []
Amar é o outro
pi
as 01:40 []
Inge
E então que venho amando certas naturezas. Mesmo que duvidando de que haja uma natureza para cada coisa.
Amei uma mulher mais velha, há algum mês atrás. Uma mulher linda, não tanto semelhante, já que de tal modo ela se faz dentro da vida, e eu não faço como ela. Mas havia nela um encantamento, destes encantamentos em que me dava com tamanha facilidade. Um encantamento de tocar no outro - mas no outro que já me era conhecido e próximo. Eu a conhecia no que sabia como fazer para desejá-la. Me dava um encantamento nos olhos, e uma suspeita de que ela acreditava em mim. E por ela acreditar em mim, o amor era acontecimento fácil e confortável. A natureza que eu amava nela era a minha própria. A natureza própria de meu desejo. À semelhança de um campo com flores amarelas, à semelhança de um campo de trigos. À semelhança de qualquer coisa possível de substitiução apenas por mim. Pelos meus olhos apenas.
E isso nunca foi querer o outro. Isso era querer me estender, me encompridar, como se eu fosse apenas da altura de meu corpo e já não fosse mais da altura de meu sonho.
pi
as 01:22 []
" ser seleto é ser egoísta com o mundo "
Em Porto Seguro um dia eu encontrei um semelhante. Num encontro de tribos: " Encontro das tribos jovens ". Depois de dançar cantando coisas de passarinho e fogo, eu encontrei um semelhante. Um semelhante inteiro e desconhecido, eu chorei, chorei, chorei e expliquei que era assim por que eu não sabia falar das coisas. Ele lacrimejava e dizia que ia ficar feio pro marmanjo que ele era. Eu tentava sorrir chorando. Mais uma vez a gente se encontrou, eu disse a ele que era egoísmo ser o que - o que ele me dizia que eu era. Eu disse a ele que era egoísmo com o mundo. Meu semelhante primeiro não concordou, ele queria me proteger de minhas acusações. Eu expliquei melhor, e em certo sentido meu semelhante entendeu. Eu é que, fingindo não ter mais nada o que fazer senão ser o que fosse... eu é que voltei meses e meses, discordando de mim. Discordando do meu falso desespero.
Meu semelhante é lindo. Eu posso vê-lo de imediato, é fácil amá-lo. Ouvi as coisas mais lindas. Outras coisas eu precisava esquecer, não posso me proteger atrás de certas palavras. Mas nunca esqueço. É meu semelhante e me dizia as coisas com semelhança. Agradecia. Ele me agradecia e eu aceitava. Aceitava que ele me fosse grato, aceitava que as coisas fossem lindas da maneira como a gente se tocava.
Não é difícil encontrar semelhantes , como eu achava. Difícil é se encontrar com a falta de semelhança que dá nas coisas depois de encontrar um próximo. O encontro era de várias tribos... E eu não encontrei nada senão eu mesma. E eu não toquei em ninguém se não no agradecimento de um homem por mim.
Uma mulher também. Uma mulher me leu em meu segredo. E a isso eu junto muito suspiro. A partir dela, novamente toquei em mim. Mas sem precisar chorar, que ela me lia nas coisas que eu já tinha entendimento. O homem é que - em se aproximar de mim, usava de uma maneira natural, ainda que especial, de que a gente se reconhecesse: através de troca. E essa maneira natural me emedava. Nunca mais nos vimos.
Quando eu deixar que me troquem, quando eu descobrir minha semelhança nas coisas, eu te procuro de novo , te pergunto de sua vida, e te conto da minha. Acho que estou chegando. No que você me disse " vá ".
pi
as 00:50 []
8.9.03
Agora sou uma camisola.
pi
as 21:05 []
Poderia ser dois para apenas me amar, viver de mim. Amar 'e dificil. Se deixar amar apenas, sem cabeca, leva a vida a um caminho que n~ao se pode pensar. Pensando caimos, metemos o nariz na realidade.
A ferida aberta causa espanto quando olhamos, mas esquecemos se deixarmos enterrada. Enterrada a ferida doi uma dor grave, pesado, que so nos damos conta quando sentimos o alivio de deixa-la.
(esse computador n~ao tem acento! Que horror.)
pi
as 21:04 []
"Chegaram, logo depois, estudantes secundaristas, que deitaram no chão. Com o avanço da tropa, os estudantes se levantavam e corriam, deitando em outro lugar novamente, quando pensavam tê-los dispersado. Outra corrida, outra dispersão, outro retorno. Os estudantes da Católica não sabiam se protestavam ou se riam. "
daqui.
Essas coisas eu perco.
pi
as 18:32 []
musicas e suas lembranças...
Nando Reis me lembra Zeba. Ray Charles me lembra meu pai, BB King também. Tem uma moça lá de Porto Alegre que sempre que ouço uma música de Chico é instantâneo lembrar dela. Alias, Chico é o vencedor, todas as músicas, praticamente, me fazem lembrar alguém. Guri me lembra meu irmão. Yolanda lembra minha mãe. Ciranda da Bailarina lembra Mariana Neri, além de Pato Fú. O Meu Amor lembra João... Lenine lembra Ingrid, ah e Seu Jorge também e Hey Jude. Zé Ramalho lembra Serginho. Zé Keti me lembra Ticão. Chorinho, os classicos, me lembram Al. Alias, Al é Los Hermanos, risos. Ceumar, Moska, Radiohead é a Moniquita. Marrom Bom Bom e Picolino lembra Al e Thiaguê. Zeca Baleiro lembra coisa demais, não conta. Jorge Vercilo me lembra Mariana Seixas. Beatles é dona Camilla e Seu Ivan junto. Alias, Ivan é rock alemão. Tem um pagode me lembra uma criatura que eu esqueci o nome. Maria Betania, em geral, me lembra minha mãe. Roberto Carlos me faz lembrar da mãe de Nara. Arnaldo Antunes me lembra Camilo. Bob Dylan eu lembro de Zeca Baleiro, risos. Vania Abreu me lembra Mateus. Tom Zé eu lembro de Vitor, e Cartola tb. Cazuza e Ney MatoGrosso é Cupeco. Diamba é Jubas. Norah Jones me lembra avião. Zélia Ducan é Lelê. Nós de Cássia é Marcelo. Música brega me lembra Kbcinha. Manu Chao me lembra Ivo. Toqueinho me lembra Matheus, e O Caderno me faz chorar. Caetano me lembra muito Anita Durão. Gil me lembra um tal de Marcelo, e nem sei de onde lembrei isso. Abba me lembra Alice. Cidade Negra me lembra Lua. Skank lembra Heide. Madona me lembra Gui, e Cassia tb. Fernanda Porto me lembra Tiago Lima. O elefante me lembra Virunduns. Cabruera e Maracatu em geral, lembram Luisa, mãe de Sol. Que me lembra All Star, quando eu botei ele pra dormir.
Fiz pra mim. Adorei.
pi
as 18:15 []
Tem uma tal de "Nanda" que anda postando por aqui.
Não tô entendendo nada!
Esse blog além de 3, agora tem um fantasma. sou uma gênia! Expulsei Nanda!
pi
as 16:21 []
duas
" Eu queria rezar - o tempo todo "
( Riobaldo, em Grande sertão: Veredas )
" Criar é mais importante que ser feliz "
( Othon Bastos )
pi
as 12:12 []
7.9.03
O medo entrou que não vi. Uma vassoura atrás da porta cuidava de desfazer visitas ao longo do tempo de minha moradia. Visitas: dores, laços, pendências. Deixei a vassoura atrás da porta, antes varria os cantos da casa, aparava os restos até sacudir no meio e não no princípio dos ventos. No meio, que é onde caminhos podem começar. Arranca-se uma cerca e saindo do pasto livre, meus restos e a estrada. O medo entrou que não vi, a casa atrás do curral. Andei. Não às passarelas, aos passos. E aos passos que se utilizam de medo. Que se não se utilizassem de medo, então eu teria sido sempre mar. Mas não. Nunca conheci homem mar.
Mara
pi
as 23:33 []
Engoli o dia. Cinza.
Pude me ler nela.
''Quando o silêncio resolve entrar pela minha boca não há nada que eu possa fazer a não ser engoli-lo. Não tem gosto bom e por isso evito mastigá-lo, ou apertá-lo na língua, ou fazê-lo sentido. Não. Engulo porque é inevitável. Não há avisos de sua chegada, é um amanhecer normal, não se pode supô-lo escondido atrás de um poste, nem que ele vá saltar assim que eu vire a esquina. Ele é quieto. Abro a boca e num instante ele me entra. Uma vez dentro, fico assim como quem tem um sapo dentro de si. Perguntas vãs são essas sobre o que é que há. Não há. É o silêncio que me embucha, restringe meu vocabulário, economiza meu sorriso e só se deixa pôr para fora em estado líquido. Pelos olhos. Não tenho nada para dizer em estado sólido. Nada em alto e bom som. O silêncio escorrega quente pela minha face, molha o tecido, mancha o travesseiro, pouco liga para a minha vergonha pelas calçadas, pelo trânsito, pelas escadas e corredores úmidos de meus pisares. Dia de silêncio é dia de jejum porque nada me entra e tudo passa a sair de mim lentamente. O bom do silêncio é este efeito laxativo, este esvaziamento inexplicável e necessário de quando em quando. ''
( por AneWalker )
pi
as 22:00 []
Quero ser ouvido
Quero ser orelha
Quero ser timpano
Que ensurdessa a orquestra
Quero ser banda
Quero ser as duas bandas
O todo
Quero deixar o espelho
pi
as 18:34 []
De volta. Completamente fora do mundo, do mesmo jeito que fui.
Estava em Belo Horizonte, fui no INTERCOM. Tava frio, muito frio. Passei uma tarde em Ouro Preto, e o que mais fiz foi procurar luva. Gosto de calor, decididamente. Mas ele anda fugindo de mim.
O INTERCOM é uma coisa legal. Se der, eu vou continuar indo. Conhece-se gente de outros lugares. Assiste-se pessoas interessantes falarem dos seus trabalhos. (Gostei desse cara. Dá uma olhada Heide, Marcelo e Gal). Vê o quanto sua faculdade é ruim. Entre outros.
Belo Horizonte não foi uma cidade que me encantou muito. Tem suas caracteristicas, mas não encontrei algo. As pessoas são ótimas. Simpáticas. O sotaque é otémo!! A cidade tem muito mais ladeira que em Salvador! Mas falta alguma coisa. Quem sabe de uma próxima vez eu encontro.
Quero mandar beijos para os que fizeram minha semana: Heide, Marcelo, Gal, Moniquita, Michele, Marcelo Coutinho(risos), onibus da Uneb, a casa de Minas-Brasil, as ladeiras da PUC, chuveiro quente!, fofocas num quarto,...
pi
as 16:26 []
pi
as 16:17 []
6.9.03
Assisti o filme: Lisbela e o Prisioneiro. Digamos que seja um filme bom na medida do possível. Comédia romantica de história boba, o que não desmerece o filme, dá para dar boas risadas. Mas deixou um pouco a desejar, devo dizer. O texto com um tom de cordel ficou muito interessante, me lembrou "Oxente, Cordel de Novo?", que está em cartaz no Teatro Vila Velha sexta e sábado 21:00h e aos domingos às 20:30h, peça muito interesante, que reune cordeis adaptados ao teatro por João Augusto. Dirigido por Marcio Meirelles, frequentador ativo deste blog, exelente diretor diga-se de passagem.
pi
as 19:20 []
Hoje eu vi um cachorro quase sendo atropelado. Cachorro "no saci", como disse o companheiro. Ele corria atrás de uma cadela no cio. Quase morrer por sexo. Me dei com isso.
pi
as 18:36 []
5.9.03
mais de sonhos
Sonho muitas pessoas, sempre. Mas hoje sonhei também ausência delas. Sonhei uma Guarajuba coberta de vegetação, mais casas e prédios inclinados na passarela em que eu nascia, andava e procurava população... coqueiros, árvores do sertão, árvores do Pantanal, árvores de caatinga... areias do mundo Brotas, árvores de Inverno seco fincadas. Bares destruídos, mar escondido. Eu sozinha até uma casa negra... de onde nasceram pessoas conhecidas e me seguiram até lugares novos, países sem nomes...
***
pi
as 16:20 []
4.9.03
"uiva raposa
canta cigarra
rebate o grilo..."
pi
as 20:30 []
Vou lá
Na esquina
Vou lá
Vem ver de perto
Pra crer
Em mim
Em você
Aquela luz é sua
Não vê?
É asua cara!
Deixa aí
Vem aqui que eu te ilumino de novo
pi
as 20:22 []
convite
Video cassete de Thiago, por favor, venha assistir comigo alguns filmes de Buñuel... " Os idiotas " do DOGMA , " Terra em transe " de Glauber. Venha assistir comigo, que a casa está fria da falta destes.
pi
as 19:23 []
sonhos
Sonhei algumas perdições que não lembro. Sonho estes dias todas as noites e quando as tardes. Mas quase só lembro das cores, são sonhos cheios de gente e de citações de meus dias. Outro dia um menino me deu uma tangerina gostosa... sonhei com essa tangerina e com os fios cacheados do menino bonito dentro da casca. Fiquei de comer os fios, mas aí já não era mais sonho. Hoje eu dormi a tarde inteira, me deixei levar ao lado do livro de um João... livro lindo. Não lembro nada dos sonhos. O livro ao meu lado que era bonito e me dizia: "... ás vezes, por mais auxiliar, Deus espalha, no meio, um pingado de pimenta... ". ( João Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas )
pi
as 18:10 []
Serei um homem realizado como amante quando alguém me dedicar "O Meu Amor" de Chico Buarque.
pi
as 17:17 []
Para que saber o que é certo ou errado?
Para que saber o que é direita ou esquerda?
Eu quero amar
Amar como eu amo
Um tudo
Para que saber o que é esquerda ou direita?
Meu coração não tem lado
Meu coração está em canto algum
Meu coração sou eu
Um tudo
pi
as 17:02 []
Sonho
Eu e meu irmão naquele quarto de hotel. Família toda hospedada. Luxo. No meu quarto duas camas de casal, papeis de paredes lindos. E água, água forrando as paredes, o teto e o chão, numa profundidade de dez centímetros.
Mas o que me intrigava e me fascinara era uma pequena lagartixa que nadava pela parede e pelo teto, sem cair ia. Rápida.
Minha vó entra no quarto. Seu jeito de furacão arrumava tudo que via pela frente. Reclamava nem sei o que. Não procurava ouvir o que saltava daquela boca falante. Eu só temia uma coisa: que ela desligasse o chuveiro, já que ele mantia a água constante, o que fazia a lagartixa sobreviver. Minha vó desligou, não parava de falar. Quando ela saiu do quarto fui correndo ligar de volta a água. Mas já estava tudo desregulado. A água agora enchia muito. Num instante a água já chegava na cama.
Pensei: não podia ficar ali a noite inteira controlando aquilo. Resolvi por a lagartixa num balde, mantendo o chuveiro desligado.
Fiz. Tapei o balde com uma bandeja de prata. Infelizmente não funcionou. Por mais que eu segurasse a tampa, o bicho era forte demais. Empurrava e conseguiu sair. Agora ele era um escorpião. Bicho robusto, quatro puãs.
Peguei um graveto e o fiz agarrá-lo. Mas ele soltava e pulava pra fora não querendo entrar no balde. Irritado com a teimosia, peguei ele e - agora eu era uma lagosta imensa - comi. Comi o escorpião.
pi
as 16:34 []
3.9.03
As vezes penso que morrer deve ser maravilhoso. Um gozo. Quando fico com muito tesão vejo embaçado. Será que vai ser assim quando estiver para morrer? E depois vou dar uma gargalhada e aparecer num novo mundo? No mundo de eu. Ou no mundo onde eu sou nada. Ou aqui, já que serei nada. Ou serei parte, como agora. Sou parte. Cada átomo. Ou apenas me entegrarei ao universo. Ou a nada, nada, nada, nada, nada.
pi
as 21:24 []
Não posso ser mais inteligente do que cega. Eu preciso mais de meus olhos bastante fechados, do que abertos a olharem por onde meu corpo anda. Preciso lançar-me às cegas, toda a minha espinha dorsal e as vértebras e todos os meus ossos de organização quieta. Preciso que eles me reivindiquem pouco sobre a escoliose. Eu quero é um corpo enganado. Assim que eu possa sentir um breve carinho como o mais forte dos prazeres. Assim que eu possa ter na pele as coisas menos prováveis de que sobrevivessem. As coisas ditas insensíveis, eu as quero sobre mim, sobre minha cama e minha pele sem olhos sentirá sensação. Não faço gosto a muita inteligência. Sou irresponsável e prefiro as selvas.
pi
as 15:35 []
de um homem que me encontrou em Ondina, sentada na calçada...
" ânimo, ânimo pra andar! "
pi
as 15:12 []
"Qual é a sua?"
(Thiago/Thiaguê/Bitola)
pi
as 14:05 []
2.9.03
Á sim... Uma coisa que esqueci de postar: Essa letra de "Oxente, Cordel de novo?" é de Jarbas Bittencourt, o diretor musical da peça. Ele é compositor, toca guitarra e canta na Confraria da Bazófia, ótima banda aqui de Salvador.
pi
as 16:23 []
No momento eu não me encontro (em duplo sentido, ahhaha), mas deixe seu recado. Garanto responder.
Mara e Jão, cuidem bem das pessoas, do blog, da vida.
pi
as 14:22 []
Cada dia que passa eu me sinto mais baiano, nordestino, latino-americano. Amo a cada dia minha terra, minha casa, meu bairro, meu país. As vezes quero me infiltrar na terra... me misturar, virar terra. Mas enquanto eu não morro ponho meus pés nus no chão e sinto o planeta.
pi
as 06:28 []
1.9.03
o campo e a velha
Na frente da casa da velha tem um campo. Campo de barro, não de Pedrinhas. Quando os malandros jogam bola, poeira sobe. Quando ‘os caras’ chegam os malandros correm, se espalham, mas logo se concentram de novo no Campo. Campo de Concentração.
A casa da velha é amarela por causa do campo, e apesar de ter um jardizinho na frente, é uma casa morta. A casa, diz ela, é uma peneira. Quando chove pinga em tudo. Casa Poeira e Peneira.
Uma vez mataram o chefe dos malandros. Quem fez isso foi o neto da velha. Agora é mais calmo. A casa é a mesma, mas o campo é diferente. O neto descarrega caminhão de cerveja, quando aparece. A velha fuma e canta. Canta a música do campo e a da casa dela.
pi
as 18:49 []
Quem não morre não vê Deus,
Quem nasceu conhece o risco
Tampa e destampa no sertão uma arrelia:
Filismina engole brasa
no alto do cocorobó,
uma beata morde a outra com ciúme,
padre imita vaga-lume
sai piscando o fiofó
E todo mundo se pergunta?
Oxente, Cordel de Novo?
E Glauber Rocha alucinado
vai no grito de Corisco
dando logo seu recado:
Mais forte são os poderes do povo
Quem não morre não vê Deus
Quem nasceu conhece o risco
Antônio Santo já quase que não tem tento
de um "tanto" de casamento
e não dá conta da função
Crioulo Doido, Lampeão chegou no inferno,
Quase apaga o fogo eterno
e acendeu outro no sertão
E todo mundo se pergunta:
Oxente, Cordel de Novo?
E João Augusto iluminado
pelo sol do novo Vila
Manda logo seu recado?
Mais forte são os poderes do povo
Quem não morre não vê Deus,
Quem nasceu conhece o risco
O tempo é meio de transporte e o cordel, seu passageiro,
é antes de tudo um forte
-passaporte e matulão-
Nas velhas vilas do teatro foi plantada a semente
contaremos novamente
as estórias de João
E todo mundo se pergunta:
Oxente, Cordel de Novo?
E Mário Gusmão relembrado
pelo Bando de teatro
Manda logo seu recado:
Mais forte são os poderes do povo
******
Semana que vem tem mais cordel... novos.... Quem não viu, vá ver!
pi
as 18:16 []
Notícias do austríaco
Poesia erótica no banheiro do bistrô Pôr do sol... do livro ''Mulheres Molhadas'' de Bernardo Linhares. Não sei bem qual a intenção... aquele banheiro unisex... boa hora de se visitar.
haha.
pi
as 17:44 []
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